A Economia no Século 21mundo acadêmico – A Economia no Século 21 http://aeconomianoseculo21.blogfolha.uol.com.br O olhar de um pesquisador sobre a economia contemporânea Tue, 30 Aug 2016 15:06:40 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 O que significa racional em economia? http://aeconomianoseculo21.blogfolha.uol.com.br/2016/03/01/o-que-significa-racional-em-economia/ http://aeconomianoseculo21.blogfolha.uol.com.br/2016/03/01/o-que-significa-racional-em-economia/#respond Tue, 01 Mar 2016 14:28:08 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15246248.jpeg http://aeconomianoseculo21.blogfolha.uol.com.br/?p=378 Deb Roy, Professor do MIT da área de comunicação e mídia, montou uma espécie de Big Brother na casa dele. Ele instalou câmeras em diversos lugares para filmar seu filho aprendendo a se comunicar, desde o nascimento, a fim de entender melhor esse processo.

O gráfico abaixo mostra um resultado interessante de sua pesquisa. No eixo horizontal, o zero representa o mês que o menino aprendeu a falar uma certa palavra (por exemplo, “passear”). Cada número representa a quantidade de meses antes (se negativo) ou depois (se positivo) do menino ter aprendido a palavra.

No eixo vertical, temos uma medida de quão complexas são as frases dos pais que usam a tal palavra naquele mês.

DebRoy

O gráfico mostra que os pais vão falando de modo mais e mais simples até o momento que a criança aprende a palavra e, a partir daí, passam a falar de maneira mais e mais sofisticada.

Por exemplo, pense na criança aprendendo a palavra “passear”.

No início, muitos meses antes da criança falar qualquer coisa, os pais falam: “vamos passear com o papai e a mamãe no parque?”

Aos poucos, eles vão simplificando: “passear com papai e mamãe?”

E no momento que a criança está pronta para aprender a palavra, os pais falam algo simples como “passear?”, ao que a criança repete “passear”, aprendendo a palavra.

A partir daí, os pais começam a sofisticar de novo o diálogo, aos poucos.

Nas palavras do Professor Deb Roy, ao se comunicarem com o bebê, ele e sua esposa estavam “sistematicamente e, eu pensaria, subconscientemente reestruturando nossa linguagem para encontrá-lo no nascimento da palavra e trazê-lo aos poucos para uma linguagem mais complexa”.

Está bem, mas este não é o blog da Fabiana Futema. O que esse exemplo está fazendo aqui?

Essa é uma ilustração particularmente interessante de uma das hipóteses mais utilizadas nos modelos econômicos: a hipótese de escolhas racionais.

Em economês, uma escolha é racional se a pessoa buscou agir de acordo com suas preferências (com a informação disponível no momento da escolha). Só isso.

Um consumidor que faz escolhas racionais compra o que mais lhe agrada com os recursos que tem e o tempo que dispõe para procurar. Os gostos mais esdrúxulos são compatíveis com a hipótese de escolhas racionais.

Investidores racionais avaliam os riscos e retornos esperados das oportunidades de negócio para investir, mas também levam em conta fatores como o “apetite para risco do mercado” (este afeta o preço de venda do negócio).

Da mesma maneira, pais que fazem escolhas racionais e querem ajudar seus filhos a aprender a falar escolhem suas palavras para atender a esse fim. Assim, de acordo com a pesquisa de Deb Roy, os pais fazem escolhas racionais em sua comunicação com os filhos.

Esse exemplo é interessante porque pais e mães não ficam pensando na maneira de estruturar a comunicação com o bebê: eles fazem escolhas (que chamamos de) racionais sem sequer perceberem que estão fazendo uma escolha!

Antes de seguir, duas observações:

1. Muito se aprende estudando o mundo a partir da hipótese de escolhas racionais. Contudo, há situações onde a hipótese da “escolha racional” pareceria adequada, mas importantes aspectos das escolhas das pessoas fogem desse arcabouço.

Por exemplo, quando não somos capazes de resistir a tentações e escolhemos algo sabendo que vamos nos arrepender, ou não estamos escolhendo o que achamos melhor para nós mesmos, ou erramos ao nos arrepender.

Muita pesquisa em economia tem focado nas diferenças entre o que prescreveria a “escolha racional” e as escolhas das pessoas no mundo real. Lições interessantes têm brotado dessa linha de pesquisa (que, no Brasil, faz sentido classificar como ortodoxa).

2. Com frequência, confundem-se escolhas racionais com mercados eficientes. Uma coisa não tem nada a ver com outra.

Comportamento de manada e reação exagerada a notícias no mercado financeiro, crises financeiras, mercados que param de funcionar de repente, tudo isso é compatível com agentes perfeitamente racionais.

O fato de cada um buscar fazer o melhor para si (com a informação disponível) não significa que a economia como um todo funcionará bem.

Por que essa hipótese de escolhas racionais é importante?

Um político buscará escolher o melhor para si, assim como uma empresária, um estudante, etc. O melhor para mim pode incluir ajudar os outros (claro que não há nada irracional nisso), mas raramente essa será a única motivação do político, da empresária e do estudante.

O melhor para cada pessoa e, portanto, suas escolhas, dependem das regras do jogo (seja essas pessoa um político, uma empresária, etc).

Assim, para construir um país melhor, precisamos de regras do jogo que incentivem as pessoas a fazerem escolhas que contribuem com o todo.

Se queremos qualidade e honestidade na gestão e nas políticas públicas, mais investimentos, mais empregos e mais educação, temos que ter regras que façam com que essas escolhas sejam racionais para os políticos, os empresários, os estudantes, etc.

Referência:

– Uma breve explicação da pesquisa do Professor Deb Roy, com o gráfico deste post, pode ser encontrada neste vídeo de sua palestra.

 

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Economia não é estudo de escrituras antigas http://aeconomianoseculo21.blogfolha.uol.com.br/2015/10/25/economia-nao-e-estudo-de-escrituras/ http://aeconomianoseculo21.blogfolha.uol.com.br/2015/10/25/economia-nao-e-estudo-de-escrituras/#respond Sun, 25 Oct 2015 20:24:08 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15246248.jpeg http://aeconomianoseculo21.blogfolha.uol.com.br/?p=209 No momento em que se discute o ensino médio e a prova do ENEM de ciências humanas, aproveito para falar sobre uma outra questão acerca do ensino superior de Economia em algumas universidades.

Pergunte a um físico ou a uma engenheira se eles já leram o Philosophiæ Naturalis Principia Mathematica. Se eles entenderem a pergunta, a resposta será negativa. É provável, porém, que eles nem saibam que esse é o nome da obra monumental de Isaac Newton sobre a física mecânica.

Esse desconhecimento jamais será motivo para duvidar da capacidade do físico ou da engenheira. Afinal, eles aprenderam física estudando outros livros, que explicavam de maneira mais clara as leis de Newton. O texto original interessa aos estudiosos de história da ciência, mas para quem quer aprender física, o que Newton estava pensando quando escreveu sua obra é absolutamente irrelevante.

Isso vale para todas as áreas do conhecimento humano. Grandes descobertas são seguidas por novos trabalhos e por maneiras mais simples de explicar o que estava na obra inicial. Com o passar do tempo, o conhecimento acumulado é traduzido de maneira mais clara e completa e, a partir de um certo ponto, não vale mais a pena consultar a obra original.

Por exemplo, ao traduzir as leis do eletro-magnetismo em equações, James Maxwell não tornou a contribuição de Michael Faraday menos valiosa, mas tornou menos importante ler os originais de Faraday. Quem pesquisa sobre a Teoria da Evolução tem como ferramentas as equações diferenciais que caracterizam o processo evolutivo, mas isso não desmerece o trabalho de Charles Darwin. E todos nós estudamos o que Newton descobriu, sem ler o que ele mesmo escreveu.

Em economia, não é diferente. Os pesquisadores mais renomados dos melhores departamentos de economia do mundo não aprenderam economia lendo as obras originais de Adam Smith ou Keynes. Uma minoria deve ter lido esses livros (ou parte deles), mas por curiosidade.

Entretanto, em muitos cursos no Brasil, o estudo da Economia parece uma exegese de escrituras antigas.

John Maynard Keynes foi um economista brilhante. Foi o editor de um dos principais periódicos da época, o Economic Journal, por mais de 30 anos. Em 1936, publicou a Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, um livro que teve enorme impacto na maneira como pensamos a Economia. O entendimento que temos hoje sobre flutuações econômicas deve muito a essa contribuição de Keynes.

Como seria de se esperar, ao livro original, seguiram-se muitos outros trabalhos, alguns apontando falhas na teoria, outros confirmando algumas de suas predições. Muito se aprendeu desde então e maneiras muito mais claras de expor as ideias centrais de Keynes foram surgindo.

Contudo, em muitas escolas de Economia no Brasil, despende-se um tempo enorme lendo a Teoria Geral de Keynes e várias outras obras clássicas, buscando entender o que os autores de fato disseram (ou quiseram dizer), como se essa fosse uma maneira razoável de aprender Economia.

Curiosamente, quem acredita que Economia deve ser ensinada assim se proclama “heterodoxo” (isso não quer dizer que todos os heterodoxos acreditem nisso).

Em um exemplo particularmente relevante para este blog, em seu livro de 1936, Keynes partia da hipótese que os salários nominais demoravam a se ajustar. Uma das implicações de sua teoria era a seguinte: quando a economia vai bem, os salários em termos reais (ou seja, considerando-se a inflação) são mais baixos.

Já em 1938, outros trabalhos apontavam que essa implicação não estava correta. Quando a economia vai bem, os salários reais (descontando-se a inflação) são, em geral, um pouco maiores.

Em 1939, Keynes respondeu às críticas dizendo que a hipótese de salários rígidos havia sido feita para simplificar a exposição, e que outras hipóteses poderiam mudar essa implicação de sua teoria sem mudar os resultados principais. A implicação de salários rígidos não era fundamental.

Com o tempo, foram se desenvolvendo outras formulações alternativas que geravam resultados semelhantes aos da teoria original de Keynes. A maior parte desses modelos tinha (e tem) rigidez de preços ou salários (ou ambos). Na profissão, esses modelos passaram a ser chamados de “keynesianos”, por refletirem os principais insights de Keynes (não necessariamente da maneira original).

Há poucas semanas, escrevi um post sobre o que de fato significa “ortodoxo” em Economia. No final, eu dizia que “parte fundamental do pensamento keynesiano é que os preços e salários demoram a se ajustar”. Pelo que me contam, choveram nas redes sociais críticas por conta dessa frase, pois afinal, eu não havia lido (ou entendido) a Teoria Geral.

Aos especializados na exegese da Teoria Geral e estudantes, explico:

1. Não é preciso ler a Teoria Geral para saber que Keynes tinha em mente rigidez de salários, não de preços. Vários livros texto explicam isso (e mais), incluindo o do David Romer, que eu uso há anos nos meus cursos de Macroeconomia.

2. A comunidade acadêmica atribui a Keynes as ideias fundamentais que nos levaram a incorporar rigidez de preços e salários nos modelos macroeconômicos. Assim, hoje, chamamos esses modelos de “keynesianos”, mesmo que a formulação seja diferente da original.

3. O que Keynes de fato estava pensando em 1936 e em 1939 é absolutamente irrelevante para o nosso entendimento de Economia. Ler a Teoria Geral é uma ótima maneira de aprender sobre a Teoria Geral, mas não é uma boa maneira de aprender Macroeconomia.

A pesquisa em Economia tem avançado muito nas últimas décadas. É uma pena que tantos economistas se formem nesse país achando que aprende-se Economia decifrando obras de sábios escritas há 80 anos. E é sintomático que empregadores que querem contratar quem entende Economia dêem muito menos valor a esse tipo de formação.

Referência:

– Mais sobre a discussão acerca de salários rígidos em Keynes, a implicação empírica que contradiz os dados e a resposta de Keynes em 1939 pode ser encontrado no livro de David Romer, “Advanced Macroeconomics”.

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O que significa ortodoxo em economia? http://aeconomianoseculo21.blogfolha.uol.com.br/2015/10/01/o-que-significa-ortodoxo-em-economia/ http://aeconomianoseculo21.blogfolha.uol.com.br/2015/10/01/o-que-significa-ortodoxo-em-economia/#respond Thu, 01 Oct 2015 16:33:09 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15246248.jpeg http://aeconomianoseculo21.blogfolha.uol.com.br/?p=153 Eu passei a ser considerado “ortodoxo” quando voltei ao Brasil, em 2010. Nos 10 anos que englobam o doutorado em Yale e o meu trabalho como professor na London School of Economics, eu nunca encontrava essa classificação. Não porque minhas ideias tenham subitamente se modificado quando voltei ao Brasil. E não porque “ortodoxos” e “heterodoxos” convivam em paz e harmonia fora do Brasil, ou algo assim.

O significado do rótulo “ortodoxo” no meio acadêmico brasileiro (que acaba, por vezes, transbordando para a discussão dos jornais) é muito diferente do que pensa o não-economista. Vou explicar.

Assim como atacantes no futebol vivem de marcar gols, pesquisadores vivem de publicar seus trabalhos em periódicos. Contudo, o número de gols não é a única coisa que importa. Por exemplo, ser artilheiro da terceira divisão do campeonato paulista é muito diferente de ser artilheiro da Champions League européia. Anderson Cavalo deve ser um excelente jogador, mas indiscutivelmente, Lionel Messi é melhor.

Da mesma maneira, o número de artigos que um pesquisador publica é um indicador muito imperfeito de sua contribuição. Há periódicos que têm grande impacto sobre a profissão e outros que são muito pouco lidos. É muito difícil publicar nos periódicos de maior impacto.

Para avaliar a produção de um pesquisador e, portanto, de um departamento de economia, é preciso classificar os periódicos. Como fazer isso? Há maneiras objetivas, baseadas em medidas de impacto como o número de citações. Muitos artigos são escritos a esse respeito, propondo maneiras de classificar os periódicos.

Contudo, a classificação que avalia a produção das universidades brasileiras (a da CAPES) é feita de maneira mais subjetiva. Basicamente, um grupo de acadêmicos das diversas universidades se reúne para brigar produzir uma classificação. Na analogia, é como se os técnicos de futebol conversassem para decidir quais são os principais campeonatos do mundo.

Como essa classificação difere das que saem por critérios mais objetivos? Na classificação da CAPES para economia, os periódicos de nível mais alto (A1) estão na tabela abaixo.

A1capes

As siglas abreviam os nomes dos periódicos, mas isso não é importante. Os números ao lado de cada periódico indicam sua classificação de acordo com um critério objetivo bastante empregado, baseado em impacto e citações (na classificação da CAPES, esses periódicos são todos “A1”, equivalentes).

Veja que a tabela da CAPES casa bem com a tabela internacional até um ponto. Só no final há uma discrepância. Por quê?

Os periódicos com números azuis são “ortodoxos”. Os periódicos com números pretos são os “heterodoxos”. De acordo com o critério objetivo, eles são classificados nas posições #149, #230, #254 e #293. Eles estão nesta lista por serem heterodoxos. Essa é, de fato, a justificativa.

Sem a separação entre “heterodoxos” e “ortodoxos”, essa lista seria muito diferente. A avaliação da produção internacional de alguns economistas e departamentos de economia mudaria radicalmente. Assim, essa distinção é muito importante na academia brasileira.

Os periódicos que não estão nessa lista mas que são bem classificados de acordo com o critério objetivo (os 50 ou 100 primeiros) também são ortodoxos.

Até onde eu sei, todo mundo em Yale e na LSE é ortodoxo. Assim como em quase qualquer lugar que você vai pensar (Harvard, Chicago, MIT, …). Sei que há heterodoxos em Cambridge, na Inglaterra, mas apresentei seminários lá duas vezes, e não me lembro de ter encontrado alguém que se definia como heterodoxo. Creio que são muito poucos os heterodoxos que estão no departamento de economia (acho que há muitos no departamento de Land Economics).

Thomas Piketty é 100% ortodoxo. Ele já publicou artigos nos 5 periódicos no topo da classificação objetiva e nunca publicou em nenhum desses periódicos heterodoxos. Da mesma maneira, Paul Krugman é 100% ortodoxo, Nouriel Roubini é 100% ortodoxo, Joseph Stiglitz é 100% ortodoxo. Não sei se eles sabem que esses periódicos heterodoxos existem.

Em suma, “ortodoxo” em economia não significa muito em termos de opiniões sobre políticas públicas. Um acadêmico considerado “ortodoxo” no Brasil é aquele que está tentando interagir com a grande maioria da comunidade acadêmica internacional. Os heterodoxos, por seu lado, estão tentando construir um outro caminho, que conversa pouco com a grande maioria da comunidade acadêmica internacional.

Alguns equívocos comuns:

– O JPKE (#254) é o Journal of Post Keynesian Economics. Muitos heterodoxos se definem como “pós-keynesianos”. Isso significa que os “ortodoxos” são anti-keynesianos? Não, de forma alguma! Parte fundamental do pensamento keynesiano é que os preços e salários demoram a se ajustar. A implicação chave do meu artigo mais bem publicado é que o ajuste de preços é de fato mais lento do que os dados parecem indicar.

– Os ortodoxos se baseiam em receitas/formulações antigas? Não, de forma alguma! Os heterodoxos “pós-keynesianos” seguem Keynes, um economista brilhante que morreu em 1946. Eu tenho artigos com conclusões “keynesianas”, outros com conclusões completamente contrárias e, estranhamente, é isso que faz de mim um “ortodoxo”: eu não sou “keynesiano”, nem “austríaco”, nem nada disso. E eu acho ótimo que a grande maioria da profissão seja assim.

– Por fim, os economistas que estão publicando nos periódicos heterodoxos têm todo o meu respeito: eles estão produzindo, publicando artigos, ao contrário de uma grande parte das pessoas pagas como professores pesquisadores (com o dinheiro dos seus impostos) que não produzem e não publicam há décadas.

Até agora, falei sobre “ortodoxos” no meio acadêmico. No debate sobre políticas públicas, “ortodoxia” equivale a defender juros altos e ajuste fiscal. Eu acredito que a grande maioria dos economistas que publicam nos principais periódicos do mundo (os “ortodoxos”) defenderia um ajuste fiscal para o Brasil no momento atual, se parassem para estudar o assunto (muitos não devem ter opinião formada a respeito). Mas em outros casos, há muita discordância.

Além disso, essa distinção acaba por passar a ideia que economia se resume às políticas monetária e fiscal. Economia é muito, mas muito mais que isso, mas esse assunto vai ficar para outros posts.

Referências:

– O ranking objetivo eu tirei do artigo de Pierre-Philippe Combes e Laurent Linnemer, “Inferring Missing Citations: A Quantitative Multi-Criteria Ranking of all Journals in Economics”, de 2010. Outros rankings baseados em critérios objetivos vão levar a resultados bastante parecidos.

– Eu usei a avaliação da CAPES de 2012, que foi usada para avaliar a produção dos pesquisadores no triênio 2010-2012. Até onde eu sei, a que será usada para a avaliação neste triênio (ou quadriênio) não foi divulgada.

– O meu artigo com conclusão “keynesiana” mencionado no post é “Sales and Monetary Policy”, coautorado com Kevin Sheedy e publicado no American Economic Review (AER) em 2011.

– Eu publiquei há poucos anos um artigo acadêmico sobre a avaliação da Capes: link para o artigo.

Detalhes:

– Há certo consenso na profissão sobre a relativa importância dos periódicos. Por exemplo, em qualquer universidade pelo mundo dentre as que se ouve falar, todos sabem quais são os cinco periódicos de mais prestígio na área de economia (os “top 5”). Para se tornar professor titular nos melhores departamentos de economia do mundo, a meta é publicar artigos em periódicos “top 5” (entre 2 e 5 artigos, eu diria, dependendo da universidade e de quanto impacto o artigo acaba tendo). Os 5 primeiros da tabela de acordo com a classificação objetiva são, de fato, esses “top 5”, a classificação bate com o consenso da profissão.

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